Tráfico de Pessoas é debatido em seminário realizado em Toledo


Foto: Divulgação

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas é a terceira atividade mais lucrativa do mundo, movimentando R$ 32 bilhões por ano e explorando 1 milhão de novas vítimas a cada 12 meses. E elas podem estar mais próximas do que se imagina e, com o objetivo de alertar e conhecer mais a respeito desta grave violação à dignidade humana, Toledo promoveu nesta quarta-feira (24) o 3º Seminário de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Com cerca de 200 pessoas de toda a região inscritas, o evento foi realizado no Auditório Moacir Galante, no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco (Premen). A organização ficou por conta da Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano (SMDH), do Comitê Técnico de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Toledo, da Câmara Técnica de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Foz do Iguaçu, e da Embaixada Solidária.

O seminário é alusivo à data lembrada em 30 de Julho, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas e pela Lei Federal nº 13.344/2016 como o “Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”. Também leva em consideração a campanha “Coração Azul”, promovida internacionalmente pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Após solenidade de abertura, vários especialistas no assunto ministraram palestras, que foram seguidas de debates. Entre eles: Eversson Cadaval Madruga (Guarda Municipal de Foz do Iguaçu), Marina Bernardes (Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública), Higor Braga (Polícia Rodoviária Federal/Guaíra), Marcelo Patrocínio Bruzinga (Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Prerrogativas Profissionais da Ordem dos Advogados do Brasil [OAB]/Foz do Iguaçu) e Terezinha Maria Mezallira (Irmã da ordem scalabrina e coordenadora da Casa do Migrante de Foz do Iguaçu) – para encerrar o cronograma, uma visita institucional foi realizada à sede da Embaixada Solidária.

Abertura 

A solenidade de abertura do 3º Seminário de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas contou com a presença de várias autoridades. Compuseram a frente de honra: a titular da SMDH e representante do prefeito Beto Lunitti, Rosiany Favareto; o vereador Leoclides Bisognin, que falou em nome da Câmara Municipal; promotor da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Toledo, José Roberto Moreira; o coordenador da Câmara Técnica de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Foz do Iguaçu, José Carlos Souza da Silva; o gerente brasileiro da Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da Itaipu Binacional, Kleber Vanolli, e a presidente da Comitê Técnico de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Toledo, Daliana Uemura, que também é diretora de Cidadania e Desenvolvimento Humano da SMDH.

Em sua fala, o promotor trouxe um relato de como surgiu a ideia de se criar um comitê para tratar do enfrentamento ao tráfico de pessoas. “Esta questão foi apresentada em meu gabinete pela presidente da Embaixada Solidária, Edna Nunes. É uma realidade que nem desconfiava que se fazia presente em nossa região e ela sugeriu entrarmos em contato com algumas pessoas de Foz do Iguaçu, que faziam parte de um grupo que já tratavam do assunto há algum tempo. A partir disso, incentivei órgãos públicos e entidades relacionadas para formarem o grupo de trabalho que resultou neste comitê. O Ministério Público não tem a competência de executar política pública, mas podemos fazer proposições e ficamos muito felizes quando tantas pessoas abraçam essas ideias”, analisa José Roberto.

Leoclides chamou a atenção para a invisibilidade do problema. “Até pouco tempo atrás, pensava que tráfico de pessoas era coisa que só acontecia nos filmes. Infelizmente, isso pode estar acontecendo ‘debaixo do nosso nariz’ e, por essa razão, devemos ficar atentos. No que depender da Câmara, conte com todo o nosso apoio para enfrentarmos este problema”, pontua o vereador.

A secretária de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano ressaltou que, a cada seminário, a responsabilidade aumenta, pois o número de pessoas inscritas e interessadas cresce na mesma proporção. “O tema deste evento diz respeito a um problema invisibilizado, que pode, sem que percebamos, vitimar pessoas próximas de nós. A SMDH trabalha nas questões mais sensíveis da sociedade, com grupos vulnerabilizados, e é nossa missão tocar nestas chagas, articulando políticas públicas, fazendo com que a informação se transforme em ação. O problema só pode ser enfrentado e resolvido a partir do momento que admitimos sua existência”, salienta Rosiany.

O comitê 

Após a fala das autoridades, Daliana permaneceu no palco e falou sobre as atribuições do Comitê Técnico de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Toledo, que tem Edna Nunes como vice-presidente e a coordenadora de Políticas para Imigrantes e Outros Grupos Vulnerabilizados da SMDH, Laudiceia Correia, como secretária. “Estamos no começo dos trabalhos, reunindo-se nas terceiras quartas-feiras de cada mês, e aprendendo sobre o assunto, pois é um crime complexo, que se manifesta de diversas maneiras. A partir de conversas com o Núcleo Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Estado do Paraná e com o Ministério Público do Trabalho estamos construindo um fluxo de atendimento, que se baseia no protocolo estadual, mas será adaptado à realidade local”, observa a diretora.

Ela pediu aos presentes para difundir os conteúdos apresentados no seminário para que o maior número possível de pessoas olhem com mais atenção para situações suspeitas e saibam dar o devido encaminhamento para elas. “Denúncias podem ser feitas para os telefones 100, 180 e 181, mas peço para que o ponto focal seja a SMDH, a coordenação designada para tratar da questão, que pode ser contactada, em horário comercial, pelos números (45) 3196-2403 e 3196-2405”, informa.

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