Professor da Unicamp elogia impacto do Circo da Alegria em Toledo e defende expansão nacional


Foto: Divulgação - Eliane Torres

O professor da Universidade de Campinas, Marco Bortoleto, elogiou o trabalho realizado no Circo da Alegria, em Toledo, que como nenhum outro do país, se disseminou através de uma rede de contatos, que permanece interligada e sintetiza as suas ações todos os anos na Mostra de Circo Social e Festival Nacional de Circo. Estudioso do tema há 20 anos e tendo participado em várias edições do evento no município, Bortoleto defendeu uma maior integração com a universidade para que ela conheça e reconheça o valor deste modelo como uma iniciativa a ser levada para outras cidades brasileiras.

“É um fenômeno o que temos aqui e ainda não conseguimos entender bem o porquê. Existem vários projetos de circo social no país, mas em nenhuma outra região do Brasil se disseminou de uma forma tão grandiosa, mantendo uma ligação permanente com as suas origens, em Toledo”, comentou o professor. Segundo ele, um dos elos de ligação é a Mostra de Circo Social e o Festival Nacional de Circo, que todos os anos reúne os grupos para mostrar o que está sendo feito, buscar aperfeiçoamento e novidades.

Ele defendeu um maior envolvimento da sociedade, uma participação mais efetiva do poder público e da iniciativa privada, para entender o papel do Circo da Alegria, como formador e transformador, e da Mostra e do Festival, como agente aglutinador, mantendo e fortalecendo os grupos. Feito isso é preciso disseminar este modelo para outras partes do país, a exemplo do que já existe na região como uma adesão sem igual e muito expressiva. “Em Toledo, a sociedade já entendeu a importância do projeto e tem um outro olhar para o circo, como arte também como agente de transformação social” ressaltou.

“Vocês têm aqui algo que precisa ser melhor reconhecido pela sociedade, validado pela universidade e levado para outras regiões do Brasil. A universidade precisa aprender também com o que tem de fora e as crianças e adolescentes igualmente necessitam ter acesso à universidade e as discussões que lá ocorrem sobre ensino, cultura, arte”, algo que tem trabalhado nos últimos 20 anos na Unicamp.

Como nos anos anteriores que esteve em Toledo, Bortoleto afirmou que mais leva para si do que traz para Toledo em termos de conhecimento e vibrações positivas das crianças dos grupos e dos artistas que fazem parte do evento. “São gerações que se sucedem a cada ano, vindas geralmente de famílias humildes, mas que no palco são gigantes, sem diferenças sociais, educacionais ou culturais. O circo traz um empoderamento que o torna capaz de perceber que se ele se dedicar a algo com constância e disciplina, pertencer a um grupo e se dedicar pode se tornar uma pessoa diferente e ter um futuro melhor. Estar onde ele realmente quer ir”.

Segundo ele, esta consciência deve ocorrer na pessoa, algo que a escola, através da educação, ainda não conseguiu fazer, mas que está sendo possível através do circo. “A pessoa passa a acreditar que ele pode ser maior e melhor. Aí está o pulo do gato”.

A edição de 2024 da XVIII Mostra de Circo e XI Festival Nacional de Circo de Toledo foi viabilizada através de edital de N° 012/2023, com recursos da Lei Complementar de N° 195/2022 - Lei Paulo Gustavo.

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